Allan Kardec

Allan Kardec

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Idosos ou Velhos?


     Você é uma pessoa idosa, ou velha?
     Acha que é a mesma coisa?
     Pois então ouça o depoimento de um idoso de setenta anos:
     Idosa é uma pessoa que tem muita idade. Velha é a pessoa que perdeu a jovialidade.
     A idade causa degenerescência das células. A velhice causa a degenerescência do Espírito. Por isso nem    todo idoso é velho e há velho que ainda nem chegou a ser idoso.
     Você é idoso quando sonha. É velho quando apenas dorme.
     Você é idoso quando ainda aprende. É velho quando já nem ensina.
     Você é idoso quando pratica esportes, ou de alguma outra forma se exercita. É velho quando apenas descansa.
     Você é idoso quando ainda sente amor. É velho quando só tem ciúmes e sentimento de posse.
     Você é idoso quando o dia de hoje é o primeiro do resto de sua vida. É velho quando todos os dias  parecem o último da longa jornada.
     Você é idoso quando seu calendário tem amanhãs. É velho quando seu calendário só tem ontens.
     O idoso é aquela pessoa que tem a felicidade de viver uma longa vida produtiva, de ter adquirido uma grande experiência.
     Ele é uma ponte entre o passado e o presente, como o jovem é uma ponte entre o presente e o futuro. E é no presente que os dois se encontram.
     Velho é aquele que tem carregado o peso dos anos, que em vez de transmitir experiência às gerações vindouras, transmite pessimismo e desilusão. Para ele, não existe ponte entre o passado e o presente, existe um fosso que o separa do presente pelo apego ao passado.
     O idoso se renova a cada dia que começa. O velho se acaba a cada noite que termina. O idoso tem seus olhos postos no horizonte de onde o sol desponta e a esperança se ilumina.
     O velho tem sua miopia voltada para os tempos que passaram. O idoso tem planos. O velho tem saudades. O idoso curte o que resta da vida. O velho sofre o que o aproxima da morte.
     O idoso se moderniza, dialoga com a juventude, procura compreender os novos tempos. O velho se emperra no seu tempo, se fecha em sua ostra e recusa a modernidade.
     O idoso leva uma vida ativa, plena de projetos e de esperanças. Para ele o tempo passa rápido, mas a velhice nunca chega.
     O velho cochila no vazio de sua vida e suas horas se arrastam destituídas de sentido.
     As rugas do idoso são bonitas porque foram marcadas pelo sorriso. As rugas do velho são feias porque foram vincadas pela amargura.
     Em resumo, idoso e velho são duas pessoas que até podem ter a mesma idade no cartório, mas têm idade bem diferente no coração.
 * * *
     A vida, com suas fases de infância, juventude, madureza, é uma experiência constante.
     Cada fase tem seu encanto, sua doçura, suas descobertas. Sábio é aquele que desfruta de cada uma das fases em plenitude, extraindo dela o melhor. Somente assim, na soma das experiências e oportunidades, ao final dos seus anos guardará a jovialidade de um homem sábio.
     Se você é idoso, guarde a esperança de nunca ficar velho.
Fontes:
Redação do Momento Espírita,
com base em texto de autoria ignorada.
Em 07.01.2011.
Romeu L. Wagner, Belém, Pará.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

O Abraço


Estudos têm revelado que a necessidade de ser tocado é inata no homem. O contato nos deixa mais confortáveis e em paz.
O Dr. Harold Voth, psiquiatra da Universidade de Kansas, disse: O abraço é o melhor tratamento para a depressão.
Objetivamente, ele faz com que o sistema imunológico do organismo seja ativado.
Abraçar traz nova vida para um corpo cansado e faz com que você se sinta mais jovem e mais vibrante.
No lar, um abraço todos os dias reforçará os relacionamentos e reduzirá significativamente os atritos.
Helen Colton reforça este pensamento: Quando a pessoa é tocada, a quantidade de hemoglobina no sangue aumenta significativamente. Hemoglobina é a parte do sangue que leva o suprimento vital de oxigênio para todos os órgãos do corpo, incluindo coração e cérebro.
O aumento da hemoglobina ativa todo o corpo, auxilia a prevenir doenças e acelera a recuperação do organismo, no caso de alguma enfermidade.
É interessante notar que reservamos nossos abraços para ocasiões de grande alegria, tragédias ou catástrofes.
Refugiamo-nos na segurança dos abraços alheios depois de terremotos, enchentes e acidentes.
Homens, que jamais fariam isso em outras ocasiões, se abraçam e se acariciam com entusiasmado afeto, depois de vencerem um jogo ou de realizarem um importante feito atlético.
Membros de uma família, reunidos em um enterro, encontram consolo e ternura uns nos braços dos outros, embora não tenham o hábito dessas demonstrações de afeição.
O abraço é um ato de encontro de si mesmo e do outro. Para abraçar é necessário uma atitude aberta e um sincero desejo de receber o outro.
Por isso, é fácil abraçar uma pessoa estimada e querida. Mas se torna difícil abraçar um estranho.
Sentimos dificuldade em abraçar um mendigo ou um desconhecido. E cada pessoa acaba por descobrir, em sua capacidade de abraçar, seu nível de humanização, seu grau de evolução afetiva.
É natural no ser humano o desejo de demonstrar afeição. Contudo, por alguma razão misteriosa, ligamos ternura com sentimentalidade, fraqueza e vulnerabilidade. Geralmente hesitamos tanto em abraçar quanto em deixar que nos abracem.
O abraço é uma afirmação muito humana de ser querido e de ter valor.
É bom. Não custa nada e exige pouco esforço. É saudável para quem dá e quem recebe.
*   *   *
Você tem abraçado ultimamente sua mulher, seu marido, seu pai, sua mãe, seu filho?
Você costuma abraçar os seus afetos somente em datas especiais?
Quando você encontra um amigo, costuma cumprimentá-lo simplesmente com um aperto de mão e um beijo formal?
A emoção do abraço tem uma qualidade especial. Experimente abraçar mais.
Vivemos em uma sociedade onde a grande queixa é de carência afetiva.
Que tal experimentar a terapia do abraço?

Fontes:
Redação do Momento Espírita, a partir de adaptação do texto A importância do abraço, do Prof. Jorge Luiz Brand e Rolando Toro Araneda, Biodança, coletânea de textos.
Disponível no livro Momento Espírita, v. 2, ed. Fep.
Em 05.12.2011.
Romeu L. Wagner, Belém, Pará.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Abra Seu Coração


A sala estava repleta de convidados, todos curiosos para ver a obra de arte, ainda oculta sob o pano branco.
Falava-se que o quadro era lindo.
As autoridades do local estavam presentes, entre fotógrafos, jornalistas e outros convidados porque o pintor era, de fato, muito famoso.
Na hora marcada, o pano que cobria a pintura foi retirado e houve caloroso aplauso.
O quadro era realmente impressionante.
Tratava-se de uma figura de Jesus, batendo suavemente na porta de uma casa.
O Cristo parecia vivo. Com o ouvido junto à porta, Ele desejava ouvir se lá dentro alguém respondia.
Houve discursos e elogios.
Todos admiravam aquela obra de arte perfeita.
Contudo, um observador curioso achou uma falha grave no quadro: a porta não tinha fechadura.
Dirigiu-se ao artista e lhe falou com interesse: A porta que o senhor pintou não tem fechadura. Como é que o Visitante poderá abri-la?
É assim mesmo, respondeu o pintor calmamente.
A porta representa o coração humano, que só abre pelo lado de dentro.
*   *   *
Muitas vezes mal interpretado, outras tantas, desprezado, grandemente ignorado pelos homens, o Cristo vem tentando entrar em nossa casa íntima há mais de dois milênios.
Conhecedor do caminho que conduz à felicidade suprema, Jesus continua sendo a Visita que permanece do lado de fora dos corações, na tentativa de ouvir se lá dentro alguém responde ao Seu chamado.
Todavia, muitos O chamamos de Mestre mas não permitimos que Ele nos ensine as verdades da vida.
Grande quantidade de cristãos fala que Ele é o médico das almas, mas não segue as Suas prescrições.
Tantos dizem que Ele é o irmão maior, mas não permitem que coloque a mão nos seus ombros e os conduza por caminhos de luz...
Talvez seja por esse motivo que a Humanidade se debate em busca de caminhos que conduzem a lugar nenhum.
Enquanto o Cristo espera que abramos a porta do nosso coração, nós saímos pelas janelas da ilusão e desperdiçamos as melhores oportunidades de receber esse Visitante ilustre, que possui a chave que abre as portas da felicidade que tanto desejamos.
E se você não sabe como fazer para abrir a porta do seu coração, comece por fazer pequenos exercícios físicos, estendendo os braços na direção daqueles que necessitam da sua ajuda.
Depois, faça uma pequena limpeza em sua casa íntima, jogando fora os detritos da mágoa, da incompreensão, do orgulho, do ódio...
Em seguida, busque conhecer a proposta de renovação moral do Homem de Nazaré.
Assim, quando você menos esperar, Ele já estará dentro do seu coração como convidado de honra, para guiar seus passos na direção da luz, da felicidade sem mescla que você tanto deseja.
*  *  *
O olhar de Jesus dulcificava as multidões.
Seus ouvidos atentos descobriam o pranto oculto e identificavam a aflição onde se encontrasse.
Sua boca, plena de misericórdia, somente consolou, cantando a eterna sinfonia da Boa Nova em apelo insuperável junto aos ouvidos dos tempos, convocando o homem de todas as épocas à conquista da felicidade.

Fontes:
Redação do Momento Espírita, com base no verbete Jesus, do livro Repositório de
sabedoria, v. 2, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco,
ed. LEAL e história de autoria ignorada.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 11 e no livro Momento Espírita, v. 4,  ed. FEP.
Em 18.11.2013.
Romeu L. Wagner, Belém, Pará.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Laboratório de Amor


O que fazer quando alguém deseja se alfabetizar? Certamente o caminho mais fácil será buscar a escola.
Quando desejamos aprender um ofício, buscar uma profissão? Vamos às escolas técnicas, à Universidade.
Lá, certamente encontraremos meios, possibilidades e recursos para nossa formação.
E quando desejamos aprender a amar? Qual a melhor escola a buscar?
Após breve reflexão, percebemos, através de nosso cotidiano, de nossa vida de relação, grande e indispensável escola.
Não existe fórmula para aprender a amar sem conviver. Toda possibilidade de relacionamento com o próximo é convite para o aprendizado do amor.
É natural que, quanto mais frequente, quanto maior a convivência, maiores sejam os desafios e as oportunidades para essa aprendizagem.
Dessa forma, a vida em família, o viver sob o mesmo teto, a intimidade do cotidiano familiar possibilitam incomparável laboratório de experimentação.
Por essa razão é que a Providência Divina ali coloca muitos daqueles seres com compromissos adquiridos desde muito tempo.
Sob a tutela do lar encontraremos ou reencontraremos almas que, de alguma forma, se vinculam à nossa História por já termos vivido outras experiências reencarnatórias, em tempo próximo ou distante.
Sob nova vestimenta, com outros vínculos de relação, no ambiente do lar se apresentam possibilidades de experiências necessárias à nossa economia moral.
Não raro, desafetos do ontem renascem sob vínculos sanguíneos a fim de superar as diferenças.
Vítimas e algozes de relações passadas, agora sob o abençoado véu do esquecimento, reiniciam suas lides nos liames do lar.
Assim também amores se reencontram, almas afins se programam para as experiências em regime de comunhão cooperativa, com planejamentos estabelecidos antes do nascimento.
É por essa razão que o lar será sempre a oficina bendita, o laboratório por excelência, no exercício do amor.
Por isso mesmo é natural que relacionamentos familiares, por vezes, se apresentem em fase de construção dos laços de afeto e bem querer.
Importante tenhamos em mente que o acaso não é fator que defina a estrutura de nossa família.
Portanto, por mais desafiadoras sejam as relações familiares, serão essas as mais necessárias e ricas em aprendizado.
Entendendo-as como operosa lide nos exercícios do coração, perceberemos que mesmo antagonismos e atritos que surjam nessa convivência são processos naturais entre os recém matriculados aprendizes do amor.
Superando divergências, iremos aos poucos renovando paisagens íntimas e restabelecendo parâmetros em nossa intimidade.
Ausentarmo-nos ou fugirmos desses relacionamentos será adiar compromisso perante aqueles que constituem hoje nosso universo familiar.
Entendermos que as dificuldades de relação são passíveis de serem melhoradas, e mesmo superadas, desde que haja vontade, denota maturidade e desejo de ajustamento.
Assim, entendamos nosso lar, por mais difícil que às vezes se nos apresente como a melhor escola que a vida nos proporciona.
E somos todos, aqueles que nos relacionamos na intimidade da família, professores uns dos outros, no maravilhoso desafio do aprendizado do amor.

Fontes:
Redação do Momento Espírita, em 27/12/2014;
Romeu L. Wagner, Belém, Pará.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Gentileza Contra o Mal


Nestes dias em que passamos a ter medo de sair caminhando pelas ruas, medo de cruzar com desconhecidos, medo de responder a uma simples pergunta de outro motorista no trânsito, um exemplo a ser seguido se destaca:
Estava em uma rua movimentada de São Paulo, quando notei um homem mal-encarado vindo na minha direção.
Não sabia o que fazer, pois não dava tempo de desviar, de fugir, de mais nada. Então, fiz algo que surpreendeu até a mim mesmo.
Assim que ele se aproximou, estendi a mão, como se o conhecesse: "E aí, cara, está perdido por aqui?"
Ele se assustou, mas puxei assunto. O rapaz contou que havia saído da prisão e precisava de dinheiro para visitar a família.
Conversando, caminhamos uns vinte minutos. Perto do hotel em que eu estava hospedado, tirei a carteira e disse: "Esqueça o que passou. Sua vida começa agora. Dou cinquenta reais para você visitar sua família."
Ele viu que eu tinha mais dinheiro, mas não me ameaçou. Ao contrário, com os olhos cheios d´água, falou:
"Posso lhe dar um abraço? Nunca ninguém conversou comigo assim. Esse papo ajudou a tirar ideias erradas da minha cabeça."
A lição foi grande para mim também.
*   *   *
Um simples gesto de gentileza tem um poder que não podemos imaginar.
Uma gentileza sincera é um gesto de amor, e não há mal no mundo que resista ao carinho, à fraternidade.
Pessoas como essa da narrativa, que faliram em determinado momento da existência e tentam se reerguer, são muitas neste mundo.
Infelizmente são numerosas as forças e influências que as desejam manter no lodo. Porém, uma pequena ação altruísta, corajosa, pode mudar esse rumo desastroso.
As ideias erradas da cabeça precisam ser substituídas pelas novas chances, pelos braços abertos dos irmãos de existência a dizer, amorosos: Vamos em frente! Estamos com você! Bola pra frente!
Todos erramos e temos direito de querer acertar novamente. Deus nos dá esta chance a cada reencarnação. Então, por que não damos novas oportunidades aos irmãos de vida na Terra?
O ódio no coração, carregado por muitos, durante tanto tempo, não consegue ser simplesmente arrancado. Ele somente pode ser substituído pelas ideias saudáveis, pelo amor, pela compreensão.
Figuremos um jarro com água turva. Para limpá-lo, basta que durante algum tempo, joguemos dentro dele água límpida sem cessar. O jarro transborda e a água lamacenta vai sendo trocada pela água clara.
É assim com nossos pensamentos. É assim com os nossos sentimentos.
Dessa forma, procuremos, sempre que possível, estender as mãos aos irmãos em desalento, sem medo, sem preconceitos.
Não nos preocupemos em demasia com nossa segurança. O amor é nosso escudo, nossa proteção.
No serviço do bem, contamos com outros que servem conosco, formando equipe segura e poderosa atuando no mundo em crescimento.
Não tenhamos medo. O amor está conosco.
 
Fontes:
Redação do Momento Espírita com base no cap. 13, do livro Viver e Amar, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal. Em 16.02.2012.
Romeu L. Wagner, Belém, Pará.

domingo, 22 de fevereiro de 2015

As Caixas de Deus


Certa noite, um homem teve um sonho. Sonhou que tivera um encontro com Deus e, porque se apresentasse muito triste, Deus o presenteou com duas caixas.
Uma delas era de cor preta, envernizada e a outra de cor dourada, com um belo laço de fita.
Coloque todas as suas tristezas na caixa preta, recomendou o bom Deus. E as suas alegrias, guarde na caixa dourada.
O homem entendeu e, desde aquele dia, passou a proceder de acordo com a recomendação Divina.
Depois de algum tempo, ele se surpreendeu porque a caixa dourada ficava cada dia mais pesada e a preta continuava tão leve quanto na noite em que a ganhara de Deus.
Tomado de curiosidade, abriu a caixa preta. Queria descobrir porque estava tão leve, se quase todos os dias ele colocava ali ao menos uma pequena tristeza.
Foi então que ele viu. Na base da caixa, havia um buraco e por ele saíam todas as suas tristezas.
Pensou alto, falando com Deus:
Por que, Pai, você me deu uma caixa com um buraco e uma caixa inteira, sem nenhum vazamento?
O bom Pai respondeu de pronto: Meu filho, a caixa dourada é para você contar suas bênçãos. Por isso é fechada. A caixa preta é para você deixar ir embora todas as suas tristezas.
*   *   *
Diz o provérbio popular que tristezas não resgatam dívidas. É verdade. Mais do que isso, guardar tristezas é extremamente prejudicial à vida.
A tristeza é má conselheira, porque empana a percepção mental de quem lhe sofre a presença e lhe perturba o discernimento.
A presença da tristeza produz emoções de sofrimento, que devem ser vencidas a esforço de renovação, a fim de que não se transformem em amargura ou desinteresse pela existência física.
No concerto harmonioso da Criação tudo convida à alegria. Flora e fauna são um poema de maravilhosa estrutura exaltando o Criador.
Apesar da Terra ser um planeta de provas e expiações, é também uma escola de campos verdes de infinita beleza, de perfumes no ar e de cascatas que arrebentam cristais nas pedras.
Nesse conjunto, só o homem é triste porque ele pensa e a insatisfação, o orgulho, o egoísmo, a rebeldia o tornam sombrio, solitário e amargo...
Mas é o mesmo ato de pensar que ergue o homem ao esplendor dos céus e terra, águas e leveza do ar, para agradecer o presente da vida no corpo, que lhe proporciona a evolução.
*   *   *
A tristeza, quando se instala, espalha destruição, não merecendo, portanto, aceitação em nossas vidas.
Coloquemo-la, então, sempre na caixa preta, sem fundo, para não guardá-la de um dia para o outro, nem da manhã para a tarde ou para a noite.
Depositemos, sim, todos os dias, na caixa dourada da nossa existência, as bênçãos com que Deus nos agracia, lembrando que somente o ato de estar vivo, isto é, reencarnado, deve constituir motivo de alegria, pelas excelentes ocasiões de que dispõe o Espírito para ser plenamente feliz.

Fontes:
Redação do Momento Espírita, com base em lenda de autoria
ignorada e no cap. 4, do livro Perfis da vida, pelo Espírito Guaracy
Paraná Vieira, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em  4.5.2013.
Romeu L. Wagner, Belém, Pará.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Dar a Volta Por Cima


 É impressionante como algumas pessoas sabem agir com inteligência e bom senso diante das situações adversas que a vida lhes apresenta.
Há algum tempo, um ator famoso sofreu um assalto e foi ferido gravemente, ficando em coma por muito tempo. Os dias se passaram, os meses se somaram e, apesar das limitações impostas ao corpo físico, continuou lutando com bravura.
Gerson Brenner não se deixou vencer pela soma de acontecimentos amargos e começou a grande luta para dar a volta por cima e continuar vivendo, ainda que com graves limitações nos movimentos do corpo.
Um narrador de futebol, não menos famoso, sofreu um acidente de automóvel e ficou por longo tempo sem contato com o mundo exterior.
Apesar das barreiras imensas que tentavam isolá-lo do mundo, Osmar Santos empreendeu uma batalha acirrada e, depois de longo tempo, conseguiu se comunicar com o mundo através da arte, pintando quadros.
Ele conseguiu dar a volta por cima e reinventar sua vida.
Um dia, um acidente de ultraleve matou a esposa de um cantor popular e o jogou num leito de hospital com graves ferimentos na medula e no cérebro.
Poucos acreditavam que ele sairia dessa.
Mas Herbert Viana deu a volta por cima, demonstrando rara coragem e uma disposição inabalável.
Surpreendendo médicos e enfermeiros, ele aparece cantando e dedilhando sua guitarra para alegrar a enfermaria repleta de pacientes que, como ele, enfrentam horas seguidas de fisioterapia.
Assim como essas pessoas famosas, há também muitos heróis anônimos que dão a volta por cima e vencem situações de extrema dificuldade.
E, ao contrário do que muita gente pensa, essas são atitudes de pessoas que sabem usar a razão e o bom senso.
Percebem que não há como vencer, senão aceitando o desafio que as Leis maiores lhes oferecem, com resignação e coragem.
Esses são os verdadeiros vencedores, pois transformam uma situação aparentemente sem saída, numa nova maneira de encarar a vida.
É como se admitissem a si mesmas: Se Deus me ofereceu esta situação difícil é porque preciso aprender alguma lição com ela. E é isso que vou fazer.
Nesse caso, é a obediência consentida pela razão, e a resignação aceita pelo coração.
Essa é a posição de um filho que confia no seu Pai e Dele sempre espera o melhor, ainda que esse melhor chegue com aparência de desgraça.
Um filho que confia num Pai amoroso e justo e procura retirar de cada situação uma lição a mais, um aprendizado útil, mesmo que seja uma demonstração de coragem, de fé, de humildade, de confiança.
E você? Já pensou nas lições que Deus espera que aprenda com as situações que lhe apresenta?
Se ainda não havia pensado, pense agora, ainda há tempo.
Considere que as provas sempre guardam relação com o tipo de aprendizagem que precisamos demonstrar e são proporcionais ao nosso grau de evolução.
Assim, se é a nossa paciência que deve ser testada, teremos uma prova correspondente. Se é a humildade, uma prova em que possa ser demonstrada, e assim por diante.
*   *   *
Conforme nos recomendou o grande Apóstolo Paulo de Tarso, aprendamos a dar graças por tudo.
A flor agradece, com o seu perfume, a terra escura que lhe permitiu nascer e florescer.
A borboleta dá graças ao casulo desprovido de beleza que lhe permitiu efetuar a sensível metamorfose, bailando no ar e contribuindo com a polinização.
Quando o enfermo recupera a saúde, bendiz a dor que lhe trouxe a lição do equilíbrio.
Por todas essas razões, aprendamos a agradecer a tempestade que renova, a luta que aperfeiçoa, o sofrimento que ilumina.
Lembrando sempre que a alvorada é dádiva do céu que surge após a noite escura na Terra.

Fontes:
Redação do Momento Espírita
Em 04.04.2011;
Romeu L. Wagner, Belém, Pará

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Banda Larga e Mente Estreita


Toda banda larga é inútil, se a mente for estreita.
Eis a ideia veiculada numa determinada campanha publicitária nacional, que toca numa temática bastante interessante.
Nos tempos de desenvolvimento tecnológico incessante e revolucionário; nos tempos da velocidade da informação, e da conectividade em tempo real com o mundo todo, é necessário pensar.
Pensar se tudo isso, realmente, está sendo utilizado em favor do desenvolvimento humano, ou é apenas mais uma distração criada pela alma imatura do homem terreno.
Sim, pois, se pouco ou nada nos acrescenta como Espíritos, no que diz respeito ao nosso progresso moral, ao nosso melhor comportamento, de que nos adianta?
De que nos adianta ter a facilidade no acesso à informação, se não sabemos o que fazer com ela?
De que adianta ficar sabendo de tantas e tantas coisas, se não sabemos selecionar o que eu quero e o que eu não quero para mim?
Toda banda larga é inútil, se a mente for estreita.
A mente estreita é esta que se perde em meio a tantas possibilidades, sem saber para onde ir.
Naufragam ao invés de navegarem na Web.
Gastam seu tempo querendo saber da vida dos outros, do que aconteceu aqui ou ali, inaugurando apenas uma nova forma de voyeurismo e fofoca - apenas isso.
A mente estreita lê, mas não pensa sobre o que leu, não emite opinião, apenas aceita...
A mente estreita prefere o contato virtual, dos perfis raramente sinceros, do que a conversa olho no olho, sem barreiras, sem máscaras.
A tecnologia está à nossa disposição para nos ajudar. É o conhecimento intelectual engendrando o progresso moral, propiciando o adiantamento do ser humano, e não sua destruição.
A chamada informação nunca foi tão fácil e farta, é certo, mas será ela, por si só, suficiente?
O que mudou em nós, seres humanos, as agilidades tecnológicas da nova era? Tornamo-nos melhores? Mais caridosos? Mais dispostos a nos vermos todos na Terra como irmãos?
Talvez para alguns sim, os de mente larga e coração amplo.
Tantas comunidades do bem na rede, tantas propostas nobres ligando pessoas em todo o mundo!
Inúmeras mensagens de consolo, de esclarecimento, diariamente cruzam os ares virtuais da internet, e levam carinho e alegria a muitos lares infelizes.
São muitos os exemplos de como os avanços intelectuais podem ser bem utilizados em favor do desenvolvimento humano.
Sejamos nós estes de mente larga, que querem e trabalham pelo bem comum, das mais diferentes formas possíveis, e que se utilizam de mais este instrumento, para viver o amor.
*   *   *
O Universo é a condensação do amor de Deus, e somente através do amor poderá ser sentido, enquanto pela inteligência será compreendido.
Conhecimento e sentimento unindo-se, harmonizam-se na sabedoria que é a conquista superior que o ser humano deverá alcançar.
Busquemos a plenitude intelecto-moral, conforme tão bem acentua o nobre Codificador do Espiritismo, Allan Kardec.

Fontes:
Redação do Momento Espírita com citações do cap. Desenvolvimento
científico, do livro Dias gloriosos, do Espírito Joanna de Ângelis,
psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Disponível no livro Momento Espírita, v. 8, ed. Fep.
Em 28.12.2009.
Romeu L. Wagner, Belém, Pará.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Espiritismo - Doutrina Sem Dogmas



Doutrina religiosa, sem dogmas propriamente ditos, sem liturgia, sem símbolos, sem sacerdócio organizado, ao contrário de quase todas as demais religiões, o Espiritismo não adota em suas reuniões e em suas práticas:
  • paramentos, ou quaisquer vestes especiais;
  • vinho ou qualquer bebida alcoólica;
  • incenso, mirra, fumo, ou substâncias outras que produzam fumaça;
  • altares, imagens, andores, velas e quaisquer objetos materiais, como auxiliares de atração do público;
  • hinos ou cantos em línguas mortas ou exóticas, só os admitindo, na língua do país, exclusivamente em reuniões festivas realizadas pela infância e pela juventude e em sessões ditas de efeitos físicos;
  • danças, procissões e atos análogos;
  • atender a interesses materiais terra-a-terra, rasteiros ou mundanos;
  • pagamento por toda e qualquer graça conseguida para o próximo;
  • talismãs, amuletos, orações miraculosas, bentinhos, escapulários ou quaisquer objetos e coisas semelhantes;
  • administração de sacramentos, concessão de indulgências, distribuição de títulos nobiliárquicos;
  • confeccionar horóscopos, exercer a cartomancia, a quiromancia, a astromancia e outras “mancias”;
  • rituais e encenações extravagantes de modo a impressionar o público;
  • termos exóticos ou heteróclitos para a designação de seres e coisas;
  • fazer promessas e despachos, riscar cruzes e pontos, praticar, enfim, a longa série de atos materiais oriundos das velhas e primitivas concepções religiosas.

    Fontes:
    www.guia.heu.nom.br;
    Livro: "Sessões Práticas e Doutrinárias do Espiritismo", por Aurélio A. Valente, edição FEB;
    ICEF - Institudo de Cultura Espírita de Florianópolis, SC;
    Romeu L. Wagner, Belém, Pará.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Pensamento e Obsessão


O estudo da obsessão, conjugado à mediunidade, se realizado em maior amplitude, abrangeria o exame de quase toda a Humanidade terrestre.
        Expressamos tal conceito, à face do pensamento que age e reage, carreando para o emissor todas as fecundações felizes ou infelizes que arremessa de si próprio, a determinar para cada criatura os estados psíquicos que variam segundo os tipos de emoção e conduta a que se afeiçoe.
        Enquanto se não aprimore, é certo que o Espírito padecerá, em seu instrumento_de_manifestação, a resultante dos próprios erros. Esses desajustes, como é natural, não se limitam à comunidade das células_físicas, quando em disfunções múltiplas por força dos agentes_mentais_viciados_e_enfermiços; estendem-se, muito especialmente, à constituição_do_corpo_espiritual, a refletir-se no cérebro ou gabinete complexo da alma, aí ocasionando os diversos sintomas de perturbação do campo encefálico, acompanhados dos fenômenos psico-sensoriais que produzem alucinações e doenças da mente.

Fontes:
www.guia.heu.nom.br;
Livro: "Mecanismo da Mediunidade", de André Luiz, pelo Médium Chico Xavier;
Romeu L. Wagner, Belém, Pará.  

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Cristianismo e o Povo


Com sua plena aceitação pelo poder civil, a Igreja do século IV progrediu livremente. As conversões se multiplicaram, atingindo as massas. Criaram-se por toda parte novas sedes episcopais e a religião cristã passou a dominar sobretudo no Oriente, na Ásia Menor, Armênia e Trácia, exercendo também grande influência na Síria, Egito, África do Norte e sul da Espanha. Por outro lado, difundiram-se debilmente na Itália, Sicília e penínsulas balcânica e ibérica. Para a Igreja, entretanto, as conversões obtidas sob pressão oficial representavam vantagens relativas, pois a falta de convicção dos convertidos enfraquecia a religiosidade. A vida eucarística sofrera um afrouxamento e certos bispos preocupavam-se com o elevado número de fiéis que só participavam do sacrifício por ocasião das grandes festas. O culto, apesar da diversidade de formas, devida aos costumes locais, conservava sempre o caráter de uma celebração de mistérios: 
  • a parte essencial do ato eucarístico realizava-se com as portas fechadas, entre os iniciados. 
  • O batismo era administrado geralmente aos adultos, depois de um período de provação e preparação. 
  • O sacramento da penitência era realizado publicamente, conforme as expiações exigidas.
        Ao lado das formas oficiais de culto, existiam numerosos tipos de devoção popular que a hierarquia se esforçava por controlar e integrar. O povo necessitava de uma religião que respondesse a seus problemas e por isso buscava intercessores mais próximos, no culto dos mártires. Firmara-se o costume dos banquetes funerários, em homenagem a esses santos, realizados em suas tumbas, e aceitos com reservas pela Igreja. Difundira-se também o costume da veneração de relíquias dos mártires e rapidamente surgiram abusos: havia andarilhos que vendiam os membros dos santos. Tal problema se acentuou ao ponto de o imperador Teodósio promulgar urna lei proibindo a transferência e comércio de relíquias. Graças ao mesmo culto, desenvolveu-se a prática das peregrinações. Multidões viajavam até santuários consagrados a mártires célebres e também aos lugares santos da Palestina, onde já se erguiam basílicas em Belém, no Calvário e no monte das Oliveirais.

Fontes:
www.guia.heu.nom.br;
Revista Abril Cultural, matéria "As Grandes Religiões".
Romeu L. Wagner, Belém, Pará.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Espíritos da Terra


Está cheio o vosso mundo de Espíritos atrasados em sua evolução, encarnados e desencarnados, em cujas mentes ainda não se fixaram nitidamente as noções do dever em todos os seus prismas.
        Admirai-vos, às vezes, os que vos acolheis sob a bandeira da paz da consoladora Doutrina_dos_Espíritos, da incompreensão que lavra no mundo e da teimosia de muitas consciências rebeldes à luz e refratárias à Verdade; a Terra está cheia de dores, oriundas dos abusos levados a efeito por elevado número dos seus habitantes que, aliás, constituem considerável maioria.
        Vós, porém, que estudais e vos sentis possuídos da aspiração de melhorar, procurai ponderar todas as questões que se vos apresentem, com acurada atenção, procurando resolver todos os problemas à luz de esclarecido entendimento
        A Terra está povoada, em quase todas as latitudes, de seres que se desenvolveram com ela própria e que se afinam perfeitamente às suas condições fluídicas.
        Pequena percentagem de homens é constituída de elementos espirituais de outros orbes mais elevados que o vosso; daí, a enorme diferença de avanço moral entre os seres humanos e os abnegados apóstolos da luz que, em todos os tempos, tentam clarear-lhes as estradas do progresso. É comum conhecerem-se pessoas que ...
  • nutrem perfeita adoração a todos os prazeres que o mundo lhes oferece. 
  • Por minuto de voluptuosidade, pela contemplação dos seus haveres efêmeros, por uma hora de contacto com as suas ilusões, jamais procurariam o conhecimento das verdades da eterna vida do espírito; 
  • procuram toda casta de gozos, evitam qualquer estudo ou meditação e se entregam, freneticamente, ao bem-estar que a carne lhes oferta. 
        Essas criaturas, invariavelmente, são espíritos estritamente terrenos, que não saem dos âmbitos da existência mesquinha do planeta; esta afirmação, porém, não implica, de modo geral, a origem desses seres em vosso próprio orbe, mas, sim, a verdade de que muitos deles, pelas suas condições psíquicas, mereceram viver em sua superfície, ...
        Apegam-se com fervor a tudo quanto seja carnal e experimentam o pavor da morte, inseguros na sua fé e falhos de conhecimentos quanto à sua vida futura.
        O progresso_espiritual dessas criaturas verifica-se com a vinda incessante, ao planeta, de almas esclarecidas, que já tiveram a ventura de conhecer outros planos_mais_elevados_do_Universo, e que deles vêm mais ricas em conhecimento e virtude, derramando lições preciosas nos ambientes em que encarnam. Quando notardes, em meio de uma coletividade, certas almas que dela se distanciam por suas elevadas qualidades_morais, mais adiantadas que seus irmãos em noções dignificadoras do espírito, podeis crer que esses seres estão na Terra temporariamente, isto é, por tempo breve, resgatando desvios de pretérito longínquo ou desempenhando o elevado papel de missionários. Trazem sempre exemplos nobilitantes, que obrigam os seus semelhantes à imitação ou realizam reformas nos domínios das atividades a que se dedicam, com o conhecimento inato de que são portadores, em razão da sua permanência em outras esferas.
        É assim que se observa a evolução_moral_e_intelectual_do_homem_terreno, que vem adaptando, através dos evos, o que tem recebido dos nobres mensageiros das mansões iluminadas do Universo, corporificados em seu meio ambiente.

Fontes:
www.guia.heu.nom.br;
Livro: "Emmanuel", de Emmanuel, pelo Médium Chico Xavier;
Romeu L. Wagner, Belém, Pará.