Allan Kardec

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quarta-feira, 1 de abril de 2015

Na Construção do Amanhã


        Nos Estados Unidos, o Dia dos Namorados é comemorado a 14 de fevereiro. Nesse dia, as pessoas costumam enviar cartões não somente para os namorados. Também a amigos e pessoas queridas.

        Foi com preocupação que a mãe de um garoto tímido e calado ouviu-o dizer que desejava dar um cartão para cada colega seu.

        Chad era um excluído na classe. A mãe o via, todos os dias, retornando da escola.

        A turma vinha na frente, brincando, conversando. Ele sempre atrás, sozinho.

        Ela ficou angustiada. Mesmo assim, nos dias que se seguiram, ela ajudou o filho a confeccionar os cartões.

        Comprou papel, cola e lápis de cor. E ele trabalhou com afinco.

        Finalmente, no Dia dos Namorados, estavam prontos os trinta e cinco cartões.

        Ele não cabia em si de contentamento.

        A mãe passou o dia preocupada. Tinha certeza que ele voltaria desapontado. Não receberia nenhum cartão.

        Por isso, resolveu fazer alguma coisa para amenizar a situação. Assou biscoitos especiais que ele gostava.

        Depois, ficou esperando.

        Olhou pela janela e viu os garotos. Como sempre, eles vinham rindo e se divertindo.

        Como sempre, Chad vinha atrás do grupo. Caminhava, no entanto, um pouco mais rápido do que o normal.

        Quando entrou em casa, ela esperou que ele se desmanchasse em lágrimas.

        Chegou de mãos vazias, como ela pensara. Segurando o pranto, a mãe lhe disse: 

        “Filho, preparei um lanchinho para você.”

        Mas Chad não prestou atenção ao que ela disse. Com passos firmes, se encaminhou para a cozinha, repetindo: 

        “Nenhum...nenhum...”

        Nesse momento, a mãe observou que o rosto do filho brilhava de alegria. E o ouviu completar a frase: 

        “Não esqueci nenhum, nenhum deles!”

        A atitude do garoto é altruísta e denota uma alma que muito mais se preocupa em ofertar amor, do que buscar ser amado.

        Poucas criaturas podem superar, contudo, situações semelhantes.

        O bulling, essa prática de agressividade repetida, muito comum entre crianças e adolescentes, tem dado causa a alguns desastres.

        O fenômeno é mundial. Crianças e adolescentes são excluídos pelos colegas, perseguidos e humilhados.

        Muitos abandonam a escola, sem condições de prosseguirem enfrentando humilhações e trotes.

        As estatísticas apontam, ainda, crescente número de suicídios na faixa etária da infância/adolescência, como efeito do bulling.

        Qual será o motivo de tamanha crueldade?

        Educadores e pais, estejamos atentos. Observemos o comportamento dos nossos filhos.

        Serão eles os promotores do bulling ou suas vítimas?

        É tempo de ensinar a amar em nosso lar. A respeitar os diferentes. A imitar os melhores, não tentar destruí-los.

        Pensemos: quais são os comentários que nossos filhos mais ouvem, com respeito aos outros seres, em nosso lar?

        Que falamos a respeito dos colegas de trabalho, dos vizinhos, dos filhos dos outros?

        É possível que descubramos que essa manifestação doentia, o bulling, seja a resultante da indiferença e do desamor que ensinamos a eles, todos os dias.

* * *
        O mundo melhor do amanhã está em nossas mãos.

        Depende de nós a geração que se estrutura hoje para atuar no mundo logo mais, como cidadãos do mundo, herdeiros das nossas riquezas morais.

Fontes:
Redação do Momento Espírita, com base no cap. Dia dos namorados, de Dale Galloway, do livro Histórias para o coração, v. 1, de Alice Gray, ed. United Press.
Em 02.01.2008.

Romeu L. Wagner, Belém, Pará.

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